No transcorrer do blog Museu
da Comunidade de Campestre estão descritas histórias relevantes que
fundamentaram todos os pontos elencados pelos moradores da Comunidade de
Campestre, que são de origem italiana, onde seus avós vieram diretamente da
Itália, fugindo da Segunda Guerra Mundial.
Os avós contavam aos netos que
hoje contam que as dificuldades encontradas foram muito grandes, principalmente
quando tinham filhos e queriam que eles tivessem melhores condições de vida.
A instalação dos imigrantes
foi um ponto marcante, pois eles trouxeram seus hábitos e costumes que
fomentaram ideais de progresso na comunidade, a principal preocupação além de
construírem edificações com características próprias da região da Itália de
onde os imigrantes vieram, abrindo caminhos na mata para estas construções, e
na verdade a formação de seus espaços que propiciarão um progresso
significativo aquela comunidade.
Tão logo começaram a
construção das edificações, pelo povo Italiano ser muito religioso, os
imigrantes decidiram a construção de uma capela que inicialmente foi construída
de madeira, em homenagem a São Valentim.
Após algum tempo os imigrantes
decidiram construir um espaço para aprendizagem então o senhor Francisco Puntel
Filho e sua esposa Rosa disponibilizaram o porão de sua residência para que ali
pudesse ser gerida a primeira escola da comunidade, a primeira professora a
senhora Ondina Valter, que lecionava e também morava na casa da família Puntel,
os seus honorários da profissão eram pagos pelos pais dos alunos.
Segundo os relatos da
professora da Emef São Valentim, Eliane Aparecida Puntel, que hoje é professora
na escola, e moradora da Comunidade de Campestre, também fez relatos
significativos quanto aos túmulos do cemitério, e também conversamos sobre a
arquitetura, ela mencionou que sua vó materna reside ainda em um Casarão
antigo, e o que mais me impressionou foi o relato dela que as casas eram feitas
em duas partes, ou seja a cozinha e a sala da residência eram fitas em um lado
que ligava uma área aberta e no outro espaço ficavam os quartos, segundo as
informações isso era porque as famílias tinham medo que pegasse fogo, e se
acontecesse somente uma parte da casa era destruída.
Na casa da vó da Eliane tem um
buraco na terra feito abaixo da sala, onde ficava fresquinho e como na época,
não tinham energia e por consequência não tinham geladeira, neste espaço eram
guardados os alimentos que precisavam ficar em local fresco.
No sótão das casas tinham
gavetas falsas, onde as famílias escondiam o dinheiro, para que se viesse
ladrões não saberiam onde estava sua reserva financeira.
Todos os fatos contados pela
professora Eliane somente fortaleceram ainda mais a importância da Comunidade
de Campestre para a formação de uma comunidade maior que se forma e contempla a
cidade de Sobradinho.